Revista Mais Feliz, 15/04/2005
Esse sentimento é sempre visto como um tempero que mantém acesa a chama da paixão. Mas, quando se torna obsessivo, pode sufocar a relação
Fabiana Gonçalves
Especialistas afirmam que as mulheres deixaram de encabeçar a lista de espera nos consultórios de psicologia para tratar o problema do ciúme. A novidade é que tem aumentado e muito o número de clientes do sexo masculino que busca na terapia uma forma de se livrar desse sentimento. E não estamos falando daquele tipo inofensivo, que apenas apimenta a relação, mas quando ele se torna doentio. Aí, sim, é que surgem os conflitos sérios. "Esse homem tem medo de dividir a mulher ou mesmo vir a perdê-la, por isso usa o ciúme como uma forma de proteger a relação", afirma o psicólogo Maier Augusto dos Santos, de São Paulo, especializado em psicoterapia comportamental.
"Quando esse sentimento sai do controle, os primeiros sinais são o de tentar controlar a vida da amada em todos os sentidos: da roupa que veste à companhia dela nos encontros com amigos", exemplifica. "No entanto, o ciúme é também contraditório, pois, se a mulher cede às exigências dele, a tendência é que ele perca o interesse por ela", explica. E isso pode ocorrer porque o homem, no passado, se apaixonou por uma mulher que, com o tempo, se transformou em outra a pedido dele mesmo.
Confiança é fundamental
Maier Augusto dos Santos afirma que ninguém consegue viver em paz em uma relação em que não haja confiança e diálogo. Por isso, os conflitos logo tendem a aparecer porque o ser amado, sentindo-se sufocado, prefere se afastar a ter de ficar o tempo todo dando satisfações de seus atos.
"E é exatamente essa desconfiança que leva a crises porque, se não há diálogo entre o casal, como esclarecer algo que ficou mal resolvido?", questiona. "As pessoas precisam realmente aprender que, em uma relação afetiva, o ciúme excessivo é um sinal de posse, e não de amor", considera o psicólogo.
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